Natureza da Cura

A fitoterapia no Brasil carrega uma riqueza histórica e cultural incomparável, fruto da nossa imensa biodiversidade e da sabedoria ancestral das comunidades tradicionais. Essa prática foi oficialmente reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006, com a criação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Desde então, a fitoterapia tem sido um tema importante para quem busca uma abordagem mais humanizada e integral à saúde.

Reconhecimento e Desafios no SUS

A inclusão da fitoterapia no SUS foi um marco, mas também trouxe desafios. Para que fosse aceita em um sistema de saúde predominantemente biomédico, a prática passou por adaptações que limitaram sua aplicação às normas de regulação médica tradicional. A lógica predominante no SUS, focada no tratamento de doenças, influenciou diretamente a forma como a fitoterapia foi estruturada dentro do sistema, reduzindo seu potencial de promover saúde de forma integral.

Essas limitações também afastaram os saberes e práticas tradicionais, ancestrais e populares, que são a base do uso das plantas medicinais em comunidades. A regulamentação, por exemplo, exige que as plantas medicinais tenham mais de 30 anos de uso contínuo e comprovado para serem consideradas “tradicionais”. Embora essa medida busque garantir segurança e eficácia, ela exclui uma infinidade de práticas culturais e rituais relacionados ao uso das plantas.

O Papel da Fitoterapia no Cuidado Integral

No contexto do SUS, a fitoterapia foi regulamentada como uma prática médica que utiliza plantas medicinais em diferentes formas, mas sempre com a orientação de profissionais habilitados. Entretanto, a formação insuficiente em fitoterapia para os profissionais de saúde e as restrições impostas aos profissionais que possuem conhecimento sobre plantas medicinais dificultam sua ampla adoção no sistema.

Com isso, a fitoterapia acabou sendo moldada para atender à lógica biomédica e produtivista, focando na prescrição de medicamentos fitoterápicos em vez de promover uma abordagem mais holística. Isso resulta na desconexão entre saúde pública e sociobiodiversidade, negligenciando a conexão profunda entre comunidades tradicionais e a natureza.

Resgatar o Potencial Transformador da Fitoterapia

A proposta inicial da inclusão da fitoterapia no SUS era promover um cuidado integral, que considerasse as dimensões sociais, culturais e ambientais das comunidades. No entanto, a prática tem sido limitada à prescrição de produtos fitoterápicos e à organização dos serviços de saúde sob uma perspectiva mercantilista.

Essa abordagem deixa de lado o verdadeiro potencial da fitoterapia: integrar saúde e bem-estar às práticas locais e aos saberes ancestrais, fortalecendo o vínculo entre comunidades e seus territórios. Para que isso aconteça, é necessário reavaliar o modelo atual, valorizando não apenas a regulação e o acesso a medicamentos, mas também a promoção do pensamento crítico e da autonomia das comunidades no cuidado com a saúde.

Convite para Você

O futuro da fitoterapia no SUS depende de esforços coletivos para resgatar suas origens e ampliar sua aplicação. E você pode fazer parte dessa transformação!

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